domingo, 12 de maio de 2019

Homem-Formiga + Homem-Formiga & Vespa



Por Davi Paiva

Se pararmos para pensar em filmes de super-heróis como um gênero onde um personagem tenha duas identidades (a civil e a heroica), um uniforme, um codinome e combata o crime, veremos que a Marvel faz muito mais que filmes de super-heróis. “Capitão América – Soldado Invernal” transita pela espionagem, “Guardiões da Galáxia” se diverte pela space opera e até um herói que ninguém conhecia como o Doutor Estranho se deu o direito de questionar a realidade (já viram a nossa crítica no Detonerds sobre o filme do mago supremo? Link aqui)...

Com tudo isso, o que estava faltando?

O gênero assalto... e um pouco de ficção científica.

E quem melhor para roubar que um sujeito que pode ficar do tamanho de uma formiga?

O primeiro filme do Homem-Formiga estreou em 2015 sendo produzido com um orçamento de US$ 130 milhões. Faturou US$ 519 e teve crítica de 82% no Rotten Tomatoes, apresentando o personagem que teve presença importante no terceiro filme do Capitão América (querem resenha? Link aqui). A sua continuação foi aos cinemas em 2018, custou US$ 162 milhões, faturou e teve 88% no RT. Bons números para um personagem tão desconhecido.

Não sou de fazer resenhas de dois filmes, mas acho que depois de tudo que vimos na Marvel e de tudo que eles apresentaram nos dois longas, não vejo motivos para não dissertar sobre as duas obras como um todo.

E o que achei? Vejamos...

Elenco: se alguém me contasse que um dia eu veria a Michelle Pfeiffer de novo em filmes de super-heróis, jamais acreditaria. E somem isto com o fato de Michael Douglas, Laurence Fishburne, Paul Rudd, Michael Peña e até Evangeline Lily fazerem parte do time e a minha descrença seria maior que o Everest.

Seja como for, é muito legal ver como tais atores, experientes ou atuantes em trabalhos diferenciados, conseguem ter química entre si e se sentem confortáveis em seus papéis.


Paul Rudd: 50 anos e ainda tem muito pique para atuar e divertir.


Roteiro: se o primeiro filme segue o enredo de um filme de assalto (personagem, item, local a ser invadido, sistema de segurança a ser violado, etc.) o segundo, a meu ver, está bem mais próximo da ficção científica que o longa do Quarteto Fantástico de 2015 (claro que ele também tem a pegada com criminosos, mas isso não ofusca a exploração do mundo quântico e toda a parafernalha científica que os personagens cientistas exploram).

Cenas de ação: como o Homem-Formiga é um personagem mascarado, é mais fácil fazer cenas com dublês. O que não quer dizer que a Marvel faz corpo mole. Todas as lutas são bem elaboradas e exploram bem o seu poder de aumentar ou diminuir o seu tamanho.

Romance: todo herói precisa ter uma mocinha. Certo?

E Homem-Formiga não é exceção.

Scott Lang é um homem divorciado e cuja esposa já é casada com um cara. Gosto muito da forma como, nos dois filmes, nunca foi explorada a questão de ele talvez querer reatar com ela. Não. Pelo contrário. Ela seguiu em frente e ele é contente com isso. Ele, por sua vez, se acerta com Hope (consolidam-se como casal no final do primeiro filme, têm um desentendimento durante a Guerra Civil e terminam e fazem as pazes no final do segundo. É quase uma comédia romântica...).

A meu ver, bem dosado e sem ser piegas.


 Por que é tão difícil achar alguém assim para viver assim? Por quê???


Piadas: todos os personagens são engraçados em seus determinados níveis. Hank é sarcástico, Hope tira sarro de Scott, que é molecão por sua vez... e todos eles não chegam nem aos pés das maluquices do trio de amigos de Scott.

Drama: sim. Os dois filmes têm pesos dramáticos.

Scott é um ex-presidiário que, por mais que tenha cumprido a sua sentença, ainda sofre para arrumar emprego (primeiro filme) ou ter oportunidades de trabalho (segundo, explorado como pano de fundo). E tudo isso é interessante de ser visto nos dois filmes... a não ser que você seja nerd bolsominion e creia mesmo que “bandido bom é bandido morto”.

E quem poderia imaginar que até a morte de uma formiga seria retratada de forma tão tocante em um filme, hein?

Vilões: a meu ver, o Jaqueta Amarela consegue ser um bom vilão tanto em figurino quanto pela atuação de seu intérprete, Corey Stoll. Claro que ele não é um Loki, Thanos, Killmonger ou Abutre. No entanto, ainda cumpre o seu papel dentro da obra e gera o que um vilão precisa: medo, intimidação, ameaça e desafio.

O segundo filme apresenta uma situação complicada: a Fantasma é assustadora, mas soa mais como antagonista porque entendemos as suas motivações. E o mafioso interpretado por Walton Goggins não consegue ter presença de tela. Soa mais como um sujeito bobo e armado.


Sim. Só postamos essa foto da Hannah John-Kamen Height para exibir seus belos olhos...


Importância no universo cinematográfico da Marvel: podem discordar, mas os filmes do Homem-Formiga são tão importantes quanto qualquer outro filme.
O primeiro, como eu já falei, explora o gênero assalto, apresenta o personagem e dá uma leve introdução ao reino quântico da mesma forma que o filme do Doutor Estranho nos mostrou que os universos multidimensionais.

O segundo aproveita o que foi trabalhado no primeiro (Scott e reino quântico) e expande, além de apresentar Hope já como Vespa e traz de volta Janet Van Dyne, que pode acrescentar muito ao MCU dada a sua experiência com o reino quântico.

Cena pós-créditos do segundo filme: depois dos incidentes de “Guerra Infinita”, todos estavam ansiosos para ver o impacto das ações de Thanos na vida de Scott. E por melhor que tenha sido o filme, a Marvel não tem tal obrigação de ser linear. Deixar as mortes para a cena pós-créditos ainda é melhor que ter um vídeo extra explicando que o Mandarim do terceiro filme do Homem de Ferro não é o verdadeiro Mandarim.

Em suma, nenhum estúdio foi capaz de produzir 100% de boas produções. Alguns não gostam dos piores filmes da Marvel, outros não curtem os filmes medianos e até já vi gente que detestou “Guerra Infinita” ou “Pantera Negra”, a meu ver, alguns dos maiores.

E os dois filmes do Homem-Formiga podem ser muitas coisas. O que eles jamais serão é desperdício de tempo ao assistir ou para se fazer resenhas.

Obrigado a todos(as).

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