domingo, 5 de abril de 2015

Por que vale a pena gostar do Batman?










Por Davi Paiva



Um dos personagens mais populares das HQs é também um dos mais fascinantes pela sua construção. Vejam bem: viu os pais serem assassinados na sua frente quando criança e ficou traumatizado ao ponto de dedicar corpo e mente ao aprendizado de artes marciais e métodos de investigação, além de fazer de sua identidade civil uma fachada para não associarem-no ao homem que sai todas as noites vestido de morcego para capturar criminosos e usar métodos nem sempre aceitáveis: agressão, tortura psicológica (ou até física) e o que mais for necessário para manter a ordem em uma cidade de quadrilhas comandadas por seres tão insanos quanto ele.





Batman em (quase) todos seus uniformes.





A criação de Bob Kane de 1939 tem inspirações que transitam entre Zorro e Sherlock Holmes e começou de forma pouco aceitável para a sua época, com um estilo violento que usava armas de fogo e matava criminosos. Foi a entrada de seu parceiro, Robin, que deu uma amenizada no teor das histórias e por mais que as eras de Ouro, Prata e outras tenham se passado, o Homem-Morcego como conhecemos hoje dificilmente mudou: playboy de dia (disfarçado) e justiceiro ao anoitecer.





Batman por Alex Ross (por que tudo parece ser melhor quando esse cara desenha?)




Batman já foi um personagem usado de todas as formas: como ícone do conceito gótico até o exemplo de herói com parceiro mirim (vide Capitão América e Bucky, por exemplo), passando pelo fato de ser acusado de ser gay (no livro “Sedução do Inocente”, de Frederic Whertman, publicado em 1954) e personagem de seriados cômicos como o de Adam West e filmes que iam do céu ao inferno (como o filme Batman & Robin, de 1997). Sem contar os jogos e desenhos animados solo ou com a Liga da Justiça.





Todos os atores que interpretaram o Homem-Morcego (Ben Affleck em breve...)



Apesar de tudo, em 76 anos de criação, não há como não reconhecer no personagem uma vastidão de elementos: o poder de reação por uma experiência traumatizante, a força de vontade, a disposição para planejar, a capacidade de se sacrificar (devemos lembrar que nenhum dos vilões fez mal diretamente a ele e nem todos os civis são amigos de Bruce Wayne) e a prontidão para enfrentar até os aliados.
            
Enfim, um fã de Batman reconhece no herói de Gotham sua humanidade sendo devorada pela necessidade em nome de algo maior: a justiça.
            



Obrigado a todos (as).

Um comentário:

  1. Ola. Na verdade na imagem não estão todos os atores que interpretaram o Batman, faltaram o Lewis Wilson em 1943 e Robert Lowery em 1949.

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