Por Davi Paiva
O hábito de ler é como um músculo: não cresce sem exercício. E da mesma forma que uma atividade física, começar desde cedo e com um ritmo adequado para a idade faz muito bem e transforma o jovem praticante em um adulto proficiente.
Não por acaso, o serviço público e o setor privado oferecem livros infantis e infanto-juvenis para crianças e adolescentes cultivarem o hábito de ler e melhorarem nossos índices educacionais que, infelizmente, ainda são muito baixos.
E nesse caos de despertar interesses e fomentar os mesmos, eis que surge um livro que merece reconhecimento público: com uma ilustração de uma casa velha e assustadora na capa, um formato pequeno, poucas páginas, fonte serifada e bem espaçada, notas de rodapé explicativas, introdução, vinte capítulos, um post scriptum e um caderno de atividades que faria qualquer professor sorrir. Tudo em um papel pólen muito agradável de ser lido e escrito por um autor brasileiro com frequente acesso às redes sociais e, portanto, bem acessível.
O Mistério da Demolição é o segundo livro do jornalista Eduardo Marchiori, sendo o primeiro um trabalho sobre a comunidade religiosa na qual participa intitulado Do Coração de Jesus Jorrou uma Bica. A obra se passa nos saudosos anos 80 e conta a história de um garoto bem peralta, a meu ver, que passa a investigar uns casos de desaparecimento de crianças em seu bairro. E para a sua sorte, ele conta com um grupo de amigos.
Criador e criatura.
O próprio Eduardo me forneceu um exemplar, que li em menos de uma semana (um hábito que tenho: quando o livro me cativa, só falta eu devorar as páginas) e vi que ele não só renderia uma resenha no Skoob em minha página de escritor como também uma entrevista. Falei com o autor e o mesmo topou.
O Detonerds tem o prazer de apresentar a vocês esta conversa.
Detonerds: vamos começar falando sobre a sua vida no mundo da leitura: você se considera uma pessoa que lê muito? Desde que idade? Teve apoio familiar, de amigos ou de professores? Tem autores(as) preferidos ou obras prediletas que construíram a sua personalidade como leitor? Quais?
Eduardo Marchiori: Bem, eu comecei a ler desde antes de aprender a ler. (risos). Eu tinha três anos de idade e comecei de forma autodidata, observando meus irmãos mais velhos fazerem seus trabalhos de escola. Com certeza, virei o xodó da família, né? Uma criança com apenas três anos que já sabia ler? Em todo lugar que ia, meus pais me “exibiam”, com orgulho. Uma pessoa que lembro com carinho era do barbeiro onde cortava o cabelo, que sempre contava essa história pros clientes: que duvidou quando meu pai disse que eu já sabia ler e mandou que eu dissesse o que estava escrito num caminhão que passou na rua e eu disse, sem pestanejar: “Caninha Cavalinho”. Dali pra frente, era testado em todo lugar e sempre fui incentivado por todos. Como toda criança, comecei a ler revistas em quadrinhos, das quais as primeiras que lembro eram (óbvio!) Turma da Mônica e Homem-Aranha, que é meu herói preferido até hoje. Meus pais sempre me incentivavam, mas não colecionava quadrinhos (ainda!), lendo apenas algumas edições aleatórias, quando sobrava um dinheirinho no final do mês. Quando comecei a minha coleção, a partir de 1980, tive o incentivo dos pais e também dos professores, embora eles sempre afirmassem que livro era melhor que HQ. A professora de Português dava um livro por bimestre pra gente ler e depois fazia prova dele. Assim, fui tendo contato com vários autores e descobrindo o mundo das letras. Numa dessas leituras, conheci Sozinha no Mundo, de Marcos Rey (da série Vaga-Lume) e foi amor instantâneo. Daí pra procurar outros livros dele fora das indicações escolares foi fácil. Também ganhei alguns livros de presente, dos quais um que tenho muito carinho é O Pequeno Príncipe, que ganhei da minha cunhada (tenho até hoje) e um livro das Testemunhas de Jeová com reflexões curtas baseadas em textos bíblicos que, acredito, foi fundamental na minha formação religiosa, embora eu fosse católico desde sempre. E pensar que meu pai comprou aquele livro só pra dispensar os missionários mais rápido do portão (risos...).
DN: agora vamos falar sobre a sua formação como escritor: quais obras leu que a ajudaram a escrever tão bem além da Coleção Vagalume, quais cursos ou oficinas você fez e quem foram seus grandes professores para chegar até aqui.
EM: Não posso deixar de citar a professora Adelaide, que já mencionei na pergunta anterior. Foi ela quem primeiro acendeu a “luzinha” na cabeça de que eu poderia ser escritor, além de incentivar a leitura com suas indicações de livros. Embora a ideia de fazer prova do livro seja meio questionável hoje em dia, considero que foi essencial para que os alunos tivessem acesso a vários autores e tipos diferentes de obras. Claro que a obrigatoriedade também teve o lado da repulsa pela leitura em alguns outros alunos, principalmente porque o livro que ela escolhia nem sempre agradava todo mundo, mas nem sempre temos aquilo que queremos. Com o interesse pela escrita despertado desde cedo, fiz a faculdade de jornalismo e pude aprender técnicas de redação mais específicas. Além disso, também tive cursos de formação em liturgia dentro da igreja, afinal a leitura é parte importante da Santa Missa e ler com fluência é uma virtude que precisa ser exercitada, afinal, estamos lendo em público a própria Palavra de Deus. Esses cursos ajudaram a dar mais fluência, impostação de voz, pausas etc.
DN: como surgiu a ideia de produzir o livro?
EM: Eu escrevi o Mistério da Demolição quando tinha 12 para 13 anos. Portanto, ele é meu primeiro livro oficialmente. Aconteceu que, por ocasião dos 40 anos da igreja que participo, surgiu a oportunidade de contar sua história em livro e eu escrevi e lancei “Do Coração de Jesus Jorrou uma Bica” de forma independente. Por isso, considero este como o livro número zero, enquanto “O Mistério...” é o primeiro. Eu costumava escrever redações enormes, com quatro, cinco páginas de caderno universitário nas aulas de Português da Dona Adelaide, com textos humorísticos, cujos personagens sempre tinham nomes cacófatos (por exemplo, o Sr. Davi Gilante), mas a zoação era só nos textos, pois a tarefa era sempre cumprida com respeito à professora. E ela sabia disso, tanto que, num dia, quando corrigiu uma das minhas redações, perguntou se eu nunca tinha pensado em escrever um livro. Obviamente, ela não quis dizer naquele momento, mas estava plantando uma semente para ficar remoendo na cabeça nos anos futuros. Só que eu comprei a ideia e, num dia em que estava em casa sem nada pra fazer, resolvi escrever. Comecei e terminei no mesmo dia. Depois datilografei, fiz uma capa desenhada por mim mesmo, em papel canson, encapei com papel contact transparente e já tinha ali a minha obra-prima da literatura. Ao menos, era o que eu achava... (risos). Depois dele, escrevi mais quatro livros, com uma trama mais madura (mas nem tanto, afinal eu ainda era adolescente), mas sem ter a intenção de publicá-los. Escrevia de brincadeira mesmo, só pra divertir a mim e meus amigos da escola.
A primeira versão
DN: conte-nos um pouco sobre a produção do livro: quanto tempo levou? Você teve muitos auxiliares? Quais foram as reações dos leitores beta [leitores que leem o livro antes dele ser publicado. Às vezes apontam erros ortográficos e/ou de pontuação e falhas na narrativa]? E os editores?
EM: Então... o livro ficou mais de 30 anos guardado na gaveta. E já estava ficando com o papel meio amarelado, sendo corroído pelo tempo. Para preservá-lo, resolvi digitar o texto e fazer uma edição pdf, mas só para mim, ainda sem a intenção de publicar. Mas aí pensei: já que o livro está digitado, por que não tentar publicar? Só que o texto original era muito infantil, cheio de piadinhas toscas tiradas do seriado do Chaves e xingamentos entre os personagens – que eram uma constante entre nós, na classe. Esqueci de dizer que, originalmente, os personagens eram eu mesmo e meus amigos da classe. Como a gente vivia brigando, transferi aqueles diálogos ofensivos para o livro. Era um tal de um chamar o outro de idiota, burro, tonto, baleia, bruxa... Obviamente, não podia mandar um texto assim para uma editora, então o livro passou por uma “recauchutagem” geral. Mudei os personagens, incrementei a história com novos elementos, mudei aquilo que seria ofensivo e a trama ganhou mais coerência e maturidade. Esse processo demorou cerca de um ano. Apenas duas pessoas leram essa versão nova e não tive nenhuma crítica negativa. Mandei para três ou quatro editoras e recebi uma resposta positiva da Editora Viseu em março de 2021. A partir daí, começamos a produção, que durou até novembro do mesmo ano, quando o livro foi colocado em pré-venda. Todo esse processo de escrita, fiz sozinho, mas a partir do momento em que ele foi pra editora, teve o apoio dos profissionais de lá, que fizeram a parte de copidesque, revisão, diagramação, arte da capa... o resultado final ficou muito bom.
DN: como tem sido a reação de parentes e amigos quando lançou? Houve crítica positiva e/ou negativa? Outras pessoas que nem conhecia entravam em contato com você para dizer o que achavam?
EM: Olha, eu confesso que me surpreendi com a receptividade do livro, porque nem considero ele tão bom assim. Como já disse, foi uma história escrita numa mesma tarde, e embora a história seja minha, eu peguei elementos de outros livros que já tinha lido, misturando todos na trama que eu criei. Então, ele não é nenhum estouro de criatividade. A trama ficou bem melhor depois que fiz a recauchutagem, mas ainda assim, me incomoda o fato de não ser 100% original. E, mesmo assim ou talvez por isso mesmo, ele acabou pegando o público pela nostalgia. Como eu fiz questão de referenciar tudo o que usei em notas de rodapé, acabei agradando os saudosistas. E, como disse um amigo meu, a “pesquisa de época” (porque a trama se passa nos anos 1980) está perfeita, porque o livro FOI ESCRITO naquela época, então não tem o que criticar. (Risos...) Eu tive algumas experiências de pessoas fora do meu círculo de amizade que leram e também gostaram muito, mas ainda não consegui atingir muita gente desconhecida. O que me deixa muito feliz é que, até o momento, não tive ninguém dizendo que não gostou. Então, já estou achando que escrevo bem pra caramba. (Risos)
DN: já começou a ter mudanças na sua vida enquanto produtor de conteúdo, como mais seguidores nas redes sociais?
EM: Não o suficiente para chamar atenção. Ganhei bem poucos seguidores no Instagram que, até pouco tempo, era fechado apenas para amigos. Depois do lançamento do livro, resolvi abri-lo para o público em geral e fazer a divulgação por ali. Tem uma jovem que começou a me seguir depois de comprar o livro num evento literário e mais uns dois ou três seguidores que começaram a visitar meu blog Raio X e curtir as postagens, mas nada além disso. Mas confesso que não estou preocupado com quantidade de seguidores, porque as redes com muitos seguidores também atraem muitos haters e não tenho muita paciência com gente que não tem nada de positivo para dizer e só fazem comentários ofensivos. Se você quer criticar, ok. Mas se já chega xingando, ofendendo, sem nada de construtivo, eu já devolvo na mesma moeda e não acho isso legal. Eu ficaria satisfeito de ver uma rede como o Skoob, por exemplo, que é mais seletiva e focada, com resenhas do livro e gente marcando que leu o livro. Não quero seguidores, quero leitores.
DN: li o seu livro em poucos dias e acredito que não devo ser o único capaz de realizar tal proeza. E assim como outros leitores, espero ver uma continuação. Como se sente criando uma obra “devorável” e com fãs já cobrando sequências?
EM: Ah, não tem nada mais gostoso! A maioria das pessoas que leu o livro disse que leu no mesmo dia ou, no máximo em dois ou três dias. Minha sobrinha disse que leu em dois dias porque queria que o livro durasse mais, então parou a leitura para deixar um pouco para o dia seguinte. (risos). Acredito que, para qualquer autor, ter sua obra lida é o maior presente que possa receber.
DN: a meu ver, o casarão abandonado citado na história não só é um cenário como quase um personagem pelo temor que causa. Foi intencional ou saiu no improviso?
EM: O casarão é uma influência do livro O Segredo da Casa Amarela, de Giselda Laporta Nicolelis, que li na minha adolescência, bem como as obras de Marcos Rey, em especial O Rapto do Garoto de Ouro, que também tem uma casa onde o garoto fica preso. Eu diria que foi intencional, mas é um elemento necessário para o desenrolar da história, porque afinal de contas, o vilão precisava de uma “base” para agir. E casas abandonadas sempre atraem a curiosidade. Que criança nunca quis brincar numa, sabendo que ali ninguém vai atrapalhar?
DN: sei que você é um fã de personagens de bom caráter, como o Superman e o Capitão América. E fiquei surpreso ao ver que Edgar, o protagonista, não é nem um pouco parecido com eles. Edgar quer fama e marca encontros do seu grupo de amigos na casa de uma das integrantes onde poderá comer bolos. De onde veio essa ideia e como foi criar algo tão diferente do que você admira? Teve dificuldades?
EM: Não concordo que o Edgar não seja parecido com os personagens citados. Ele é um adolescente, está com a personalidade sendo formada, tem o desejo de ajudar e ser um herói. O problema é que ele é meio Chapolim Colorado também, do tipo egocêntrico e trapalhão. Acho que ele é um herói mais pé no chão do que os excessivamente virtuosos. Superman, Capitão América e outros são inspiradores por serem ideais de perfeição – embora eles também tenham suas falhas, mas não vamos entrar nessa discussão. O Edgar é alguém mais humano, tem seus defeitos... e gosta de bolo de chocolate, oras! Suas atitudes em tirar vantagem nada mais são do que um alívio cômico para o texto. Mas ele aprende, tadinho. Dê uma chance pra ele, que no próximo livro ele amadurece. Ops... spoiler!
DN: e os coadjuvantes? Quais teve mais facilidade em trabalhar na narrativa? E quais teve mais dificuldades?
EM: Não tive muitas dificuldades porque os personagens são inspirados em pessoas reais, como disse antes. Originalmente, eles eram meus colegas da classe, então aquelas características são deles mesmo – com uma boa dose de exagero, claro, a fim de tornar a história divertida e garantir algumas risadas. Mas fico contente porque eles também estão agradando. Já tive uma declaração de que a Karen e o Aldo ganharam fãs. A única dificuldade, se é que posso chamar assim, foi em achar uma personalidade para o vilão, que originalmente era chamado de Drax (que, naquela época, não pertencia aos Guardiões da Galáxia e nem era conhecido). Como ninguém ia saber quem era ele, resolvi trocar por um personagem mais famoso, mas não muito popular, a fim de que só o Edgar, que lia quadrinhos, conseguisse identificá-lo de pronto. A ideia veio de um herói cuja aparência já ajuda a manter o clima de terror e que casou perfeitamente com o título do livro.
DN: a sua obra se passa nos anos 80 e noto que ela é uma das mais ricas em termos de conteúdo e que desperta mais saudosismo. Acredita que ela teria mudanças bruscas ao ponto de não ser mais reconhecível se fosse nos anos 40 ou 60, ou quem sabe em tempos atuais?
EM: Bem, eu sou fã dos anos 1980, não só por ter vivido naquela época, mas porque ela foi uma das mais ricas culturalmente. Os filmes mais memoráveis, as melhores músicas e grupos musicais, os programas de TV que serviram de base para a maior parte do que vemos hoje, tudo vem dos anos 1980. Claro que os anos anteriores e posteriores também tiveram os seus ícones, mas não tão marcantes como a década de 1980. Com certeza, a história perderia muito do seu encanto se fosse em outro período. Mas escrever hoje uma história passada 30 anos atrás é uma dificuldade, porque a tentação de botar no texto uma citação de internet ou referência de celular é grande. E, se acontecesse, já jogaria a obra toda no lixo, porque perderia a verossimilhança. Mas você disse anos anteriores? Aguarde o próximo livro. Ops... spoiler de novo!
Eu vejo referências... o tempo todo!
DN: a obra fala de temas muito pesados como desaparecimentos e sequestros. Como foi lidar com algo tão delicado e quais repercussões teve, se é que teve?
EM: Repercussões não teve nenhuma. Mas no meu texto original, as crianças eram assassinadas. Aí achei que ficaria muito pesado! E, quando reescrevi a história, pensei em aliviar e, de certa forma, tornar aquilo engraçado. O Edgar, em vários momentos, menciona que as crianças estão morrendo e eu decidi criar uma situação em que ele passasse vergonha, só pra mostrar que ele não está certo o tempo todo, como pensa que está. (Risos) A solução dada foi de alertar para um problema real, que é pouco discutido, mas que merece a atenção, tanto quanto as notícias de morte que vemos todos os dias nos jornais.
DN: seu livro possui várias referências aos trabalhos da Coleção Vagalume. Inclusive há uma lista deles no final do livro. Você se considera um fã assíduo ou um sucessor?
EM: Seria muito pretensioso se me achasse um sucessor da série, principalmente porque estamos falando de uma coleção inteira e o meu livro é apenas um. Mas confesso que eu gostaria muito se a editora ressuscitasse a série – embora ela ainda exista, mas não tem a mesma badalação de antigamente – e incluísse o meu livro, juntamente com o de novos autores no mesmo estilo. Por enquanto, me contento em saber que, de certa forma, deixei um aviso para as novas gerações: “olha, tem uma série de livros muito bacana que vocês podem ler! Procurem!”.
DN: na sua opinião, o que falta para a leitura virar um hábito sólido em nossa sociedade ao ponto de podermos ir em qualquer lugar e encontrar pelo menos uma pessoa lendo, comprando ou emprestando livros?
EM: Acho que falta mais incentivo à leitura nas escolas, que é o berço da educação. Claro que em casa também é preciso que os pais incentivem seus filhos. Eu posso me considerar uma pessoa privilegiada, porque sempre tive isso e meus pais, mesmo não tendo condições de esbanjar com livros o tempo inteiro, porque vim de uma família relativamente pobre, também nunca me faltou uma HQ diferente para ler ou um livro que meus irmãos estavam lendo para a escola. Depois, eu mesmo entrei na escola e tive os meus. Mas aí eu já estava com o hábito formado e só alimentei ainda mais. Também tive a sorte de viver numa época sem a concorrência dos meios eletrônicos, como o celular, o computador, videogames e a Netflix. Mas tinha a televisão e os desenhos animados, então também tive as distrações que poderiam afastar a leitura. O importante é ter um equilíbrio. A desculpa de que “livro é caro” não cola mais. Tem livros de graça ou a preços bem acessíveis por aí. É só querer ler. E aconselho aos leitores iniciantes que comecem com quadrinhos. A leitura é mais simples, rápida e é perfeita para ir despertando o gosto pela viagem que a leitura nos propõe.
DN: agora um momento de crossover. Se tivesse carta branca de um estúdio ou de algum escritor, quem você gostaria que a turma de Edgar encontrasse?
EM: Já imaginou um encontro do Edgar com o Cebolinha, a quantidade de planos infalíveis que ia surgir dali? O mundo estaria em perigo! (risos) Se a turma do Edgar pudesse se encontrar com a Turma da Mônica seria bem legal. Mas também seria bacana se pudessem se encontrar com Leo, Gino e Ângela, o trio de detetives dos livros de Marcos Rey – muito embora eles estejam no Mistério da Demolição, mas não são eles, de fato, apenas crianças com as mesmas características.
DN: depois de um livro religioso e agora um livro infanto-juvenil, será que você vai se arriscar em outros gêneros, como biográficos? Seria interessante ler a biografia de um certo apresentador de TV e dono de uma emissora... Ou quem sabe de um cantor brasileiro considerado o Rei...
EM: hahahahaha... não, não tenho pretensões nesse tipo de livro, até porque exigiria muita pesquisa particular e eles não são tão acessíveis assim. Sem contar que já existem N obras dessas duas personalidades. Mas claro, poderia fazer de outras celebridades, menos badaladas... Quem sabe? Não se pode dizer “dessa água não beberei”. O que posso dizer é que, por enquanto, não tenho nenhum plano nesse gênero. Mas vale dizer que o livro “Do Coração de Jesus...” é biográfico, pois conta a história da comunidade Sagrado Coração de Jesus, da qual eu participo.
Os dois livros do autor
DN: onde o pessoal pode acompanhar os seus trabalhos e quais são as suas redes sociais?
EM: O meu principal canal é o blog Raio X , que eu chamo carinhosamente de blox, por ser um blog com X e não um erro de digitação. (risos). Lá eu escrevo sobre cultura pop – filmes, série de TV, quadrinhos e literatura. Mas também podem me seguir no Twitter ou no Instagram procurando o nickname @mutantexis. E, claro, também estou no Skoob com o mesmo apelido, onde costumo escrever as resenhas dos livros que leio.
Eduardo é bem presente nas redes sociais. Podem conferir!
DN: muito obrigado pela sua participação. Gostaria de deixar alguma dica e/ou conselho para quem estiver lendo essa entrevista e queira um dia publicar um livro solo?
EM: Eu é que agradeço pela oportunidade. Para quem desejar publicar seu livro, basta lembrar que sempre é tempo. O Mistério da Demolição ficou 37 anos na gaveta e só agora ele virou realidade. Hoje em dia está relativamente fácil publicar um livro, porque existem várias editoras que publicam por demanda – obviamente, você tem que pagar por isso e o investimento é relativamente alto. Mas se a sua obra é boa, se você acredita nela e acha que ela tem potencial, não desista e invista. A única coisa inaceitável é achar que seu livro não é bom. Ele é. Existe público para todo tipo de obra: mistério, terror, comédia, poesia, religioso, político, biografia, infantil... encontre o seu. Encontre uma editora que combine com o seu perfil – geralmente, elas têm sites com as obras publicadas e a gente pode ver o estilo dos livros de cada uma – e, sobretudo, pesquise se eles são profissionais e idôneos antes de mandar o seu original, porque não tem nada mais frustrante do que encontrar um aproveitador que desmorone nossos sonhos. É um processo trabalhoso, sim, mas o resultado compensa muito.
Raio X do autor
Nome: Eduardo Marchiori
Data de nascimento: 10 de agosto (o ano não interessa)
Local de nascimento: São Paulo
Onde vive atualmente: no meu apartamento, na zona norte de SP
Charmander, Squirtle ou Bulbassauro: Baby Sauro. Não é a mamãe!!
Um ídolo: Silvio Santos
Um livro: Sozinha no Mundo, de Marcos Rey
Um filme: Superman – O Filme (1978)
Uma música: Lua de Cristal (Xuxa) “Tudo o que tiver que ser, será!”
Uma frase: “Quando a noite esconde a luz, Deus acende as estrelas” (Pe. Fábio de Melo).
Um sonho: Ter o meu livro indicado nas escolas e ver as crianças lendo e curtindo e, quem sabe, se tornando novos escritores no futuro.
Um lugar: As praias do Rio de Janeiro
Uma obra de arte: A Pietá, de Michelângelo.
Uma qualidade: sinceridade
Um defeito: o gênio forte
Davi, parabéns pela deliciosa entrevista. Eduardo é talentoso e dedicou sua vida à literatura, com certeza esse arsenal de histórias, personagens, heróis, situações e emoções subsidiaram seu novo livro e impulsionarão a produção de muitos outros. Sucesso!
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