Por Davi Paiva
ATENÇÃO: CONTÉM SPOILERS!!!
O sucesso do primeiro filme do Deadpool é inquestionável. Com orçamento de US$ 58 milhões, a produção de 2016 faturou US$ 783 milhões ao redor do mundo e surpreendeu a todos com uma nota de 83% no Rotten Tomatoes. Quem diria que, em meio à briga entre Marvel-Disney e DC-Warner, uma produção voltada ao público mais velho, com um pouco mais de foco na trilha sonora e vindo da Marvel-Fox, teria tanto destaque que faria todos darem uma segunda chance ao ator Ryan Reynolds...
E como toda obra que faça sucesso e seja possível fazer uma continuação, a Fox investiu nisso e chamou todo o elenco de volta, além de incluir caras novas, das quais falarei detalhadamente mais para frente.
A campanha de marketing envolveu vídeos com Celine Dion, David Beckham e até tatuagens grátis. E tudo na boa e velha zoeira do super-herói mais querido dos “hue BR”.
O filme estreou em 17 de maio e conseguiu ter uma boa abertura no Brasil, arrecadando mais de R$ 21 milhões.
Fui ver o filme no bom e velho Center 3. E o que achei? Vejamos...
Elenco: repete o mesmo do filme anterior e ainda tem alguns acréscimos, sendo que dois tiveram muito destaque. O primeiro foi Josh Brolin, interpretando Cable, por seu papel em outro filme da Marvel: Thanos. Sem sombra de dúvidas, fazer um antagonista e um vilão em dois filmes mostra como o ator possui versatilidade e carisma.
Se Cable usasse a Manopla, nem toda regeneração do mundo salvaria o Deadpool...
Já o outro destaque foi pela polêmica: Zazie Beetz foi escalada para fazer o papel de Dominó, uma mutante com o poder da sorte. Qual é a polêmica? Que os fãs de HQs acharam que era “blackwashing” escalar uma mulher negra para fazer o papel de uma personagem branca nos quadrinhos... sendo que o criador dela, Rob Liefeld (também criador do Deadpool), a concebeu como uma personagem com traços negros (sim! Pessoas negras também possuem narizes arrebitados e pequenos. Nem todos são o Djimon Hounsou...).
Dominó: como a venderam para você nas HQs... e como o autor a criou.
Roteiro: começa mostrando como Wade Wilson ainda continua sendo um “mercenário do bem”, eliminando pessoas ruins e ganhando por isso. Tudo sem perder a sua rotina com sua namorada, Vanessa. Até aí, ok.
Infelizmente, da mesma forma que o primeiro filme foi bem clichezão com a ideia de transformar a companheira de Deadpool na mocinha indefesa a ser salva, o segundo filme também não foi muito original com a ideia de mata-la logo no começo para motivar as ações do personagem. O que na indústria do entretenimento, é chamado de “mulher na geladeira”. Tamanha foi a repercussão do fato que até os produtores tiveram que ir à imprensa se justificar.
NOTA IMPORTANTE: sei que Deadpool não é um filme para ser um marco na representatividade, que é um filme zoeiro e tudo mais. Porém, acredito que o humor deva, sim, seguir um limite, que é o do do bom senso. E com a produção de uma continuação, esperava que eles não repetissem os mesmos erros do primeiro filme. Estamos conversados? Segue o jogo.
Feito isso, o filme entra numa vibe de zoeira, melancolia e um Wade sem rumo na vida até a entrada de Cable, um viajante do tempo com um propósito: matar Russel/Firefist, um jovem mutante antes que ele cometa seu primeiro assassinato e tome gosto por isso. E fica ainda pior quando o tal mutante liberta o Juggernaut e o torna seu aliado.
Wade, que já havia tentado formar o seu time, X-Force, vê que não vai ser capaz de deter Russel e Juggernaut. E Cable, sozinho, percebe que também não é capaz. Por isso, o protagonista se une ao antagonista e chamam o que restou da X-Force (para ser mais exato, só havia restado a Dominó) com Colossus e juntos, vão ao antigo lar de Firefist impedir que o garoto cometa seu primeiro homicídio.
A trama envolve boas cenas de luta, um final comovente e uma mudança no caráter de Cable, que salva Deadpool de uma morte certa.
Piadas e trilha sonora: o primeiro item se manteve na constante do primeiro, fazendo piadas com as produções da Fox, da Disney, da Warner e até de clássicos como “O Exterminador do Futuro”.
Já o segundo item foi pouco trabalhado. Diferente do primeiro, onde criaram um propósito para a música “Careless Whisper” fazer parte da trilha sonora, o segundo filme não teve uma música marcante.
Cena pós-créditos: não acrescenta muita coisa (exceto pelo fato de Wade voltar no tempo e salvar Vanessa. O que não muda o lance de terem usado a personagem como “mulher na geladeira”). O resto são só piadas com produções da Fox ou da carreira de Ryan Reynolds.
Em suma, Deadpool 2 não é um filme melhor que o primeiro. E nem é pior (ainda bem!). Ele é só o resultado de um sucesso lançado em 2016 que preferiu não ousar como algumas continuações (Homem-Aranha 2, Capitão América – Soldado Invernal, O Exterminador do Futuro 2, etc.) e preferiu não mexer no time que estava ganhando.
Obrigado a todos(as).
Maravilhosa produção, todos os elementos deste filme estão muito bem cuidados. Adorei a participação de Josh Brolin, é um ator multifacetado, seu papel de Cable é muito divertido e interessante. O vi também em Homens de Coragem, é muito bom. É interessante ver um filme que está baseado em fatos reais, acho que são as melhores historias, porque não necessita da ficção para fazer uma boa produção. Gostei muito de Homens de Coragem, não conhecia a história e realmente gostei. A história é impactante, sempre falei que a realidade supera a ficção, acho que é um dos melhores filmes drama . Super recomendo. É impossível não se deixar levar pelo ritmo da historia, o elenco fez possível a empatia com os seus personagens em cada uma das situações.
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